quarta-feira, 29 de julho de 2009

XVII

Triste Espanha,
É tanta música, tanta reza,
Religião que gera guerra,
O patrocínio sem a verba.
São privilégios dispensáveis, mas
Rigidamente valorizados.
Pobre Espanha, decadente,
O tombo é grande quando se está
No topo, como potência.
Teu rei é um tolo,
Tua rainha também.
Vai cair, sucumbir de fome,
Da miséria da maioria.
Em que o que restava ao povo
Era lamentar.
Como imaginava; “Ó, se eu fosse, do rei, herdeiro,
Guerrearia pelas terras de teu reino,
Porque teria força,
Teria dinheiro”
A que viveu o povo?
Entre as entranhas, em alto e bom tom,
A barriga ronca, o trabalho cansa...
Céus! Mas não há volta!
Eu vou pra América,
O novo mundo,
Tentar a vida por lá.
Serei sozinho, como já, mas
Terei minha própria justiça!
Triste, triste Espanha...
O tombo é grande, perceber-se-á,
Não diga que foi falta de fé, meu deus,
Mas vou embora dessa terra.