domingo, 1 de fevereiro de 2009

Egoísta

A vida é um processo complicado demais.
Quando não te envolvo, envolvo a mim.
Quando não firo a ti, firo a mim.
Quando não te perco, perco a mim.
Queria poder simplificar as coisas, deixá-las agradáveis, tornar-me forte.
Lembro-me bem que já fui forte um dia, já fui leve e compreensiva.
Agora eu compreendo apenas as malditas penas de mim.
As escolhas que fiz, querendo me livrar das dores, e te deixando as sentindo sozinha.
Concluí que, agora, a distância é minha maior virtude. Meu melhor ato.
Sim, me afasto. Assim como me afasto dos que me irritam,
Acabo por me afastar dos que amo.
E eu, rodeada por tudo e todos, pisando no solo, afogando-me no mundo, odeio demais,
Eu guardei comigo o que me magoou, o que me machucou... A fim de me fazer forte,
Eu empurrei minha cabeça para dentro de tudo isso, até não conseguir mais respirar.
Deixei-me perder o controle de tudo que crescia gradativamente conforme guardava,
Até que o ‘tudo’ tomou o trono,
E eu não sou mais meu próprio rei.

Adoeço e aguardo o sofrimento passar,
Tento me concentrar em qualquer outra coisa,
Para não ficar pálida e para a dor diminuir.
Se meus ossos calcificam,
E não agüento mais me manter em pé,
Serão apenas detalhes.
Porque enquanto houver vida em ti,
Há de haver vida em mim.
E mesmo que eu desfrute da vida sem ninguém,
Ficarei bem, contando que eu saiba que ainda está aqui.

Quem sabe um dia eu pague tudo que devo, se for possível,
E consiga ainda inverter a situação.
Quem sabe eu terei aptidão, eu terei um dom,
(Saberei aproveitá-lo)
Serei estável e confiável,
O suficiente para satisfazer desejos teus,
Mesmo que seja necessária ampla interpretação.
Quem sabe um dia eu seja livre,
Eu consiga ser tudo que planejou,
Meio a uma vida vazia,
Cheia apenas de derrotas e decepções,
Alguém me amou.
Mas não por isso te amo também.
Amo-te porque te amo,
Porque eu largaria tudo,
Largaria a todos,
Para trazer o mundo aos teus pés.
Porque digo certa,
Digo absolutamente certa,
Vejo em volta as pessoas,
Todas iguais,
Mas vejo à frente você,
A única colorida, brilhante, destacada,
Minha dádiva.

Um dia eu terei forças, reunirei meu exército,
Armar-me-ei das mais poderosas mentiras,
Como o governo engana os pobres,
Enganarei minhas fraquezas também,
Até me convencer de forte, e que para mim não haverá poderoso.
Atacar de surpresa toda a corte
E sentar novamente em meu próprio trono.

Nesse dia,
Presentear-te-ei com a coroa de rainha,
Com o status de minha mãe.

2 comentários:

Camila disse...

Mariniiiiiiiinha chuchu...respondo-te por e-mail, ok?
Bjs

Spes disse...

nossa. forte. adorei amor.